terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Diário de Cris parte um

Em algum lugar dentro deste espaço descomunal que existe de norte a sul de minha alma.
Perdi o rumo muitas vezes e confesso que até hoje não sei se o encontrei.
Desmemoriei os caminhos inúmeras vezes. É tão longe a estrada. Tão cheia de truques de mágicas, ilusões de ótica, irrealidades, espelhos distorcidos. Debato-me nesse verão cheio de sol e luz, tudo tão belo.
Não há janelas dentro de mim que tragam pra dentro a luz que eu sei que existe lá fora.
Eu sei está fora do meu alcance por ora. Disperso entre o que eu fui e o que me tornei.
Penso que nenhum lugar é seguro dentro de mim, ohhh caverna desgramada!
No entanto pulso insistentemente o que há de vida lá fora. Quebra os espaços restantes entre os mistérios e as respostas.
Eu vago por este lugar que chamo de mim. Não me liberto desta catatonia.
E as correntes que eu mesma criei aos poucos vão se abrindo, uma canção, sensação, um sorriso, descobri que tudo passa com o tempo, basta ter paciência e esperar.
Apenas não faço do que há de mais triste em mim o centro das atenções. LET ME OUT!
Cansei de ser expectadora de mim, perdida, confusa, amargurada, frustrada às vezes, das minhas próprias armadilhas, das minhas próprias teias, medos. Alma paralítica, desfalecida em algum tempo.
Suplicando suas metamorfoses, seus voos.
Vagando no mar alto e bravo da noite sombria e gélida.
Talvez haja um barco que me leve para longe, nessa imensidão que há, basta apenas esperar pelo tempo certo de embarcar.

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