quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Mulher moderna

"Nós abrimos muitas frentes. Está na hora de derrubar uma delas, por exemplo, para que se possa ser uma boa mãe de fato, e não uma boa mãe de revista. Porque as mulheres precisam, quando mães, sentir-se uma boa mãe. É um condicionamento muito forte da sociedade. Então, elas sabem intimamente que são umas mães de merda. Porque, no trabalho, ela precisa ser maravilhosa, ali é onde as pessoas a estão vendo. E ela sabe que, para que aquilo funcione, deixa de fazer em outro lugar. Então ela se sente muito mal com isso, só que esconde. A maternidade não aparece. O que aparece é na empresa, onde ela é uma grande pessoa, exuberante, inteligente, uma mulher incrível. Ali é aplaudida. Depois, quando o filho chega aos 20 anos cheio de traumas, essa mãe se pergunta: mas onde foi que eu errei? E ela sabe intimamente onde errou, por isso fica infeliz. Acho que antigamente as mulheres faziam concessões e havia mais nobreza. Não existe mais isso. As pessoas fazem tudo para se exibir. Quando se opta por esse caminho, você olha em volta e vê que está sozinha. Cadê o amor, será que ele agüentou lhe esperar? Quando chega em casa e se dá conta de sua solidão, ou você precisa de mais trabalho, ou ficar na internet, ou no telefone, ou saindo, botando uma roupa mais curta do que seria adequado para sua idade e fazendo coisas para parecer que tem 20 anos. Será que não é hora de ficar em silêncio, lendo um livro, ou conversando com as pessoas desinteressadamente?"

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